Pés apressados a correr
Uma simples moeda para um pão
E um sorriso torto a desmerecer
Em frente vejo mais um
Amigo a sucumbir
Mais uma alma que se vai
Mais um morimbundo a sorrir
Sorriso esse que resvala
Molhando todos os seus pensamentos
E ali, caído na vala
Revê esse mundo de sofrimento
Tudo o que eu quero é respeito
Insistem em me dar o contrário
Sinto uma dor dentro do peito
Está na hora do meu obtuário
Pego meu garfo
Apenas fome pra comer
Espero ansioso e logo embarco
Nessa tripulação à morrer
Minha alma vai junto
A milhares de marujos
Ninguém fica de luto
Não merecemos dito cujo
Um homem é condenado
Um silêncio é sua sina
Que logo é cortado
Pelo trânsito e sua buzina.
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