sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Considerações sobre o Sonhar

 O Sonhar fica na borda do Universo. É o Reino de Morpheus, um dos perpétuos. Pode-se se dar o nome que quiser a ele, ou aos seus irmãos, bem como pode-se classificá-los de acordo com compreensão de cada um. Seus nomes ou seu número Reais não nos importa saber nessa vida, mas seus efeitos não passam desapercebidos. Estão intrinsecamente ligados ao cérebro humano e, de acordo com a dobra e a desdobra do Universo, somos influenciados na vida comum por suas atividades.
Em nossa Esfera de atuação, a esfera refletora, dirigimos nossas vidas pensando estar no controle, quando na verdade, quem pensa é que controla, e quem pensa é dirigido pelas forças correspondentes a esses Perpétuos em seu cérebro senciente. Aquele que se identifica como sendo este ser pensante, está preso e condicionado por inteiro a essa cadeia de pensamento universal.
Pois bem, cada uma dessas forças, ao atuar no corpo humano, o faz a partir dos dois pólos de fluxo nervoso/sanguíneo, um positivo e outro negativo, ou um masculino e outro feminino. Sendo assim, seu número, ao atuar em nossa realidade perceptível, dobra, para levar a informação de cima para baixo e de baixo para cima.
Vivemos e morremos nessa condição. Ao menos é o que se pensava. Ou é isso o que o homem comum pensa, isso quando pensa.
Os Perpétuos assumem a forma de Deuses e demônios de acordo com o cérebro de que os observa. Há de todos os tipo e variadas formas, cada uma de acordo com o que pensa cada cérebro senciente do Universo.
Essas formas são criadas pelas mentes e, de acordo com sua vibração, se aproximam deste ou daquele Perpétuo que passa a influir através dessa corrente, seus "poderes" a quem o chama de forma consciente e descobriu o nome de seu Mistério. Aos homens comuns, suas influencias se dão principalmente através do medo e devoção e aqueles que o sabem podem se aproveitar dessa condição e se colocar como intermediário entre o indivíduo e seu "deus". Veja, o indivíduo tem seu deus pessoal e pode o acessar independente da ajuda de qualquer pessoa, mas pelo medo, empresta sua conexão com esse poder para se eximir da responsabilidade de se evocar o nome de um Mistério.

Pois bem, dito isso, quero divagar um pouco sobre o Sonhar.
É o Reino mais distante do Universo e, estando na borda, se "espalha" pela elipse gravitacional de tudo o que há. Sendo assim, suas fronteiras são infinitas e abarcam tudo aquilo que é possível se pensar em qualquer cérebro de qualquer espécie, por mais desenvolvido que seja. Em seu Reino fica o Berçário das Ideias, onde novas possibilidades surgem a cada momento e se destinam aos sonhadores que vão ao seu encontro em suas buscas por inspiração. Tudo opera segundo a Ordem de cada Reino e nada foge a sua Lei. Toda a realidade constituída pela Mente Universal obedece as influências de seus Padrões Elétricos que se personificam nos Perpétuos.
Aquele que Sonha, o faz a partir das influências desse Reino e desse campo magnético gerado pelas ondas elétricas da Mente em seu micro e macrocosmo. Ao fazê-lo, teleporta-se imediatamente e adentra-se os portais de Morpheu a partir de seu corpo etéreo, ficando o corpo físico em estado letárgico, pois a mente precisa se concentrar, com todos os seus fluidos, nesse Reino para lá permanecer.



quarta-feira, 3 de maio de 2023

Narra-dor

Se me lanças tua verdade
Afiada de navalha coesa
Me acertas em cheio
À medida da vaidade

Como identificar tal Maldade,
Se se transveste de justiça?
Usando argumentos infinitos
É possível transformar qualquer crime em Louvor

Se até a palavra de Deus é usada como álibi
E justifica ~quase~ toda maldade humana
O que dirá de meu amor?
A quem serve de narrativa ao Terror...

Na lógica vingativa
A Vingança é divina
Quem pois, se deleita em seu banquete
Um dia terá de pagar a conta
Como todo diabrete...

Histórias criadas servem de desculpa
Pra não se encarar os diversos pontos de vista
Que de um prisma converge na luz
Que ilumina o labirinto mental

Admitir o efeito da mentira
É como se olhar no espelho
Mas em todo caso
O espelho é o outro

Anacronismo e Pleonasmo
São as colunas deste Templo
Que de sagrado sangra o peito
De quem é levado ao seu intento

Podes inventar qualquer desculpa
Só não admites o desejo
Pois ele precisa de uma justificativa
E faz da culpa, seu arejo

Desejo livre não precisa de porquês
Mas, como ~quase~ toda moeda,
Surrupiado por Burguês,
Vira moeda especulada
E escraviza o Camponês.


sexta-feira, 10 de março de 2023

És Tu, Pelo Fato

Se engana
Aquele que ama
Aquele que chama
E inflama
A centelha  do desejo

Cigana
Aquela que dança
E no fogo precipita
Todo princípio
De Precipício

É mais fácil ser recíproco
Pelo Não
Do que singular no Sim

O Convite rejeitado ecoa no tempo
E convida a rejeitar o passado

Mas como correr ao contrário?

É como parar de ser otário!

Bobo cínico indeciso
Basta teu falso juízo
Que entre os dentres apodrece

Se danças em vão
Soli-otário no salão
Torna-te o centro da atenção

Descasca a cicatriz
E ri do sangue-nariz
Enquanto ofereces
Teu coração
A qualquer meretriz!

HA HA HA
HE HE HE
HI HI HI

Entre o riso e o choro
A dignidade perde o decoro
E Estupefato
O Ego, ante ao fato
Sem Afeto sem Amparo
Vira Feto de Si Mesmo
E Abarca o Mundo Inteiro.

terça-feira, 7 de março de 2023

Fel

Teu escárnio é doce
E de tão doce
Dói a garganta
E de tanto açúcar
Entope o duto
Do sangue
Que me percorre
O pensamento
Corre a mente
Corre o pulso
Escorre a saliva
Do cuspe que me lanças
À distância
Covarde
Quando nega
O que sente
E vira o olho
Ao que a mão estende
Surpreende
Com o tapa insensível
Ferindo o orgulho
De quem se menospreza
Completando a ironia
Com espelhos
E agonia

Esquizofrenia

É a maldição
Do coração
Insubordinado
Qual razão?
É sem chão
Apego ao nada
Do vazio
Que me abarca
É doce o teu escárnio
É como mel
Que desce rasgando
A garganta
Feito fel.