terça-feira, 7 de março de 2023

Fel

Teu escárnio é doce
E de tão doce
Dói a garganta
E de tanto açúcar
Entope o duto
Do sangue
Que me percorre
O pensamento
Corre a mente
Corre o pulso
Escorre a saliva
Do cuspe que me lanças
À distância
Covarde
Quando nega
O que sente
E vira o olho
Ao que a mão estende
Surpreende
Com o tapa insensível
Ferindo o orgulho
De quem se menospreza
Completando a ironia
Com espelhos
E agonia

Esquizofrenia

É a maldição
Do coração
Insubordinado
Qual razão?
É sem chão
Apego ao nada
Do vazio
Que me abarca
É doce o teu escárnio
É como mel
Que desce rasgando
A garganta
Feito fel.

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