quarta-feira, 3 de maio de 2023

Narra-dor

Se me lanças tua verdade
Afiada de navalha coesa
Me acertas em cheio
À medida da vaidade

Como identificar tal Maldade,
Se se transveste de justiça?
Usando argumentos infinitos
É possível transformar qualquer crime em Louvor

Se até a palavra de Deus é usada como álibi
E justifica ~quase~ toda maldade humana
O que dirá de meu amor?
A quem serve de narrativa ao Terror...

Na lógica vingativa
A Vingança é divina
Quem pois, se deleita em seu banquete
Um dia terá de pagar a conta
Como todo diabrete...

Histórias criadas servem de desculpa
Pra não se encarar os diversos pontos de vista
Que de um prisma converge na luz
Que ilumina o labirinto mental

Admitir o efeito da mentira
É como se olhar no espelho
Mas em todo caso
O espelho é o outro

Anacronismo e Pleonasmo
São as colunas deste Templo
Que de sagrado sangra o peito
De quem é levado ao seu intento

Podes inventar qualquer desculpa
Só não admites o desejo
Pois ele precisa de uma justificativa
E faz da culpa, seu arejo

Desejo livre não precisa de porquês
Mas, como ~quase~ toda moeda,
Surrupiado por Burguês,
Vira moeda especulada
E escraviza o Camponês.


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