terça-feira, 30 de setembro de 2014

Um rap

Acordo todo dia e vejo morte na cara duzamigo
É que ninguém aguenta mais olhar pro próprio umbigo
Desespero da alma traz jazigo

E na casa das prima ninguém me deu ouvido
Quando disse que o pão que o diabo amassou foi produzido
Com farinha de coca adulterada e pó de vidro.

Qualquer coisa faz papel de acusador
Qualquer coisa pode aliviar essa dor
Mas o preço da anestesia sempre se paga com ardor

E nessa situação onde está o amor?

Silenciado num quarto escuro, psicodélico
Enquanto os que têm o poder bélico
Vendem balas como remédios

Mas não se esqueça
Que o valor financiado cobra juros
E não adianta ficar em cima dos muros
Se a consciência traz luz até aos burros

Se é planta, se é natural aí pode
E nessa festa cega celebramos com um ode
À todos os que morrem, pra que eu possa carregar o meu bode

A hipocrisia está em tudo, está em todos
Num fode

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