terça-feira, 27 de março de 2012

O Fortuna

Minha sorte me traria uma nova vida, uma nova perspectiva. Jogo todas as minhas fichas nesse método ingrato: não é a toa que o chamam de azar.

Ora, mas que paradoxo! Jogo minha sorte num jogo de azar! É como se cortasse minhas pernas para dar ao leão algo que pudesse despistá-lo para não me comer, e assim, não poderia mais fugir.

Sorte no amor, azar no jogo. Mas se o amor não passa de um jogo de interesses, como fica? Nada mais faz sentido...

Carmina Burana já dizia sobre isso. Em sua poesia musicada, a sorte é uma entidade vivia que escraviza os humanos. Não posso dizer que escapo a esse vil destino. Seguindo uma linha racionalista, o acaso seria o responsável pela minha própria vida, pela vida de todos os seres. Mas sendo ele o bem feitor, seria ao mesmo tempo o carrasco. Senhor das cordas do destino, daria complacência as possibilidades, ora distendendo, ora contraindo.

Talvez haja um modo de burlar a sorte (ou azar, tanto faz), mas ainda não descobri. Já ouvi dizerem: "Sou o homem mais sortudo do mundo!"  logo após encontrarem alguém que lhes seja sine qua non. Será que uma azeitona de empada seja capaz de proporcionar a vitória sobre a sorte? Ainda não sei.

Maldita bendita sorte.
Sorte de quem vive direito.

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