quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Da arte de cagar

Mesmo viajando meus devaneios não me deixam em paz! Cidade linda essa tal de Fortaleza, pessoas excelentes esses cearenses! Ainda sim, sofia encontra espaço para falar - e como fala! - antes de dormir na noite anterior, agraciou-me com mais pensamentos. Ei-los.

Disse outro Lucas sobre o assunto a algum tempo atrás, e me recordei dele ao pensar quase o mesmo. Essa é uma arte realmente curiosa. Quase sempre em rodas de amigos, o assunto entra em cocô. Piadas sobre o mesmo. Maneiras diferentes de se cagar. Técnicas eficazes para se soltar em "locais públicos". São infinitos os assuntos que rodeiam o pequeno marrom. Mas quero realmente ir a fundo nisso hoje - na verdade fui ontem, mas só na cabeça.
Fato é, que encaramos a coisa de várias formas ao longo da vida, e cada um, de seu próprio jeito. O paralelo que pretendo traçar, é justamente esse, o de encarar as merdas que fazemos na vida, assim como encaramos a merda que fazemos no vazo.
Crianças têm um jeito peculiar de encarar seus dejetos. No começo, usam fraldas: fazem a qualquer hora e em qualquer lugar - depende dos pais cuidarem para que a coisa seja descartada corretamente. A medida que crescem e amadurecem, aprender a fazer sozinhas no vazo, mas ainda sim, chamam a mãe para limpar e ainda se despedem da obra-de-arte recém criada. Mais tarde, já se limpam sozinhas e, dependendo dos hábitos da família, aprendem a dar descarga corretamente (com a tampa abaixada) ou não. 
Ao estabelecer seu método preferido de se limpar e fazer (lendo, jogando, na internet...), o individuo está apto a fazer do cagar, uma arte ou um desgosto. Pois bem, o que isso tem a ver com a vida, meu Deus?

Fazemos merda. E isso é um fato que ninguém pode negar, pois ninguém é perfeito. Erramos, sim. Nos arrependemos, às vezes... Mas de certa forma, aprendemos a lidar com o fato (ou não). Tracemos os paralelos:
Tem gente que vive fazendo - Como o recém-nascido, que usa fraldas;
Tem gente que faz merda e depende dos outros para limpá-la - Como a criança que depende da mãe;
Tem gente que finge que não faz, mas faz, e fede - Como pensamos as vezes de modelos, pessoas perfeitas que não cagam;
Tem gente que bota a culpa nos outros - E ainda diz que não ta sentindo cheiro nenhum!
Tem gente que insiste em criar um sentimento com a besteira que fez - Como a criança que dá tchauzinho;
Tem gente que não aprendeu a minimizar o efeito, e acaba piorando a situação - Como quem não abaixa a tampa e espalha partículas pelo banheiro;
Tem gente que só faz escondido - Como quem só consegue fazer em casa;
Tem gente que sempre arranja uma desculpa lógica pra merda que fez - Como quem faz lendo;
Enfim, existem muitos paralelos sobre o assunto que, como já disse, é sempre infinito.
E aí é que está. Será que devemos encarar as besteiras que fazemos na vida como um simples cocô que vai pelo ralo? Esse mesmo dejeto fará parte de um enorme esgoto que carregamos pro resto da vida se não aprendermos a lidar com o fato higienicamente. Não adianta querer depender sempre de outra pessoa para limpar aquilo que você fez ou então, querer esconder: o cheiro condena.
Que aprendamos conosco os pormenores da vida. Como um simples ato fisiológico pode nos ensinar a lidar com os problemas que causamos!
Termino aqui esse devaneio deveras fedorento. Que possamos dar a descarga, abaixar a tampa, e a cuidar do esgoto que causamos.

Fortaleza -13/02/2013

Da série Paralelos: formas diferentes de se dizer a mesma coisa.

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