O menino olha pro céu.
Busca encontrar nas nuvens o fantástico.
Lhe disseram que papai noel não existe.
Lá em cima vê um coelho que lhe acena simpatia.
O jovem olha o incenso queimando.
Busca encontrar na fumaça o fantástico.
Lhe disseram que o carvão só serve pra queimar.
Em suas narinas, o cheiro ambiente dança melodias.
O cientista olha pra experiência.
Busca encontrar na natureza o fantástico.
Lhe disseram que ciência só postula fatos.
Do lado de fora da janela um quero-quero grita seu nome.
O velho olha o cachimbo.
Já não busca mais o fantástico.
De tanto que lhe disseram, ficou surdo.
Seus olhos cansados, marejam uma bela história.
Agora fecha os olhos.
Encontrou o fantástico.
Em seu enterro disseram palavras bonitas.
Mas nunca souberam de sua vida.
Agora sabe
Que o ar que molda as nuvens
É o mesmo que dança com a fumaça
E fez soprar sua alma.
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