terça-feira, 8 de setembro de 2015

O Universo se constrói a partir de curvas

Dobrou-se o tempo
O tubo neural
A pleura
E a dobradiça do real

O joelho também dobrou-se
Em prece matinal
Os punhos cerraram
A falange distal
Trouxe ao próximo
A máxima da sorte:
Quem deverá se curvar
Do beijo da morte
Provará
Dobrou-se a vida
Promoveu mais um encontro
Os que estavam por lá
Abraçou os daqui
Eis que de fora do tempo veio a sentença
E penetrando no físico, abriu certo espaço
Círculo de energias dissipativas
E aquelas que nos agregam
Entrelaçou os dedos aos dedos de deus
E dançou
Perpetuando na eternidade a única lei existente
Com a tua mente haverá de dividir
E por teu espírito haverá de reunir
Todos os que outrora separou
Dirás um dia que os amou
Respeite a máxima da vida
Não agregues fora do tempo
Não dividas o que se juntou
Permita a todas as coisas o seu próprio espaço
Dobre-se ao caminho
Que há de permitir todos os encontros
Que há de tirar do tempo
A relatividade da vontade
Dobre
Que até a luz permite curvas
Dobre
Que por trás da contração de um músculo
Se esconde o poder de deus
Deus é uma dobradura no tempo-espaço
O homem, em sua vaidade, traçou uma linha reta para os planos divinos
Tolo prepotente
Que tenta determinar a vontade...
Teu preço é o mais alto de todos
Pois seguiste como um vetor
Por uma estrada curvilínea
Há o caminho da mente
E há o caminho do espírito
E por mais que tente
Apenas a um seguir
Ambos hão de manifestar
A graça do porvir.

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