terça-feira, 11 de julho de 2017

O interpretador e sua máscara, o jogo jogado inconsciente e o Apocalipse da mente

Na tragédia grega onde atuam os antigos deuses do olimpo, a história contada é regida por uma espécie de maestro interpretador que também é ator. Os papéis reproduzidos sob a tela da realidade são conduzidos aos passos bêbados de baco. Sua confusão hedonista, presente nos microcantos da mente é uma valsa sem ritmo e bela. Tragicamente bela. Sedutoramente bela. E seu feitiço é lançado pela ponta do nariz-varinha vermelho - como que de um palhaço. 
Quem percebeu o ator ganhou uma possibilidade: quebrar o feitiço e sair da dança do prazer enebriante. A falsa liberdade é cativante e faz de seus cativos, fantoches cheios de si. Enxergam-se no outro sua imagem imaginada, para aquém da verdade (que nunca pode ser imagem). Amam-se como quem ama o sexo. Acariciam-se como quem se masturba no silêncio. Usam e se deixam usar, como objetos sem dono, fadados ao eterno aluguel. Penhoram corações e mentes e dançam ao véu da Lua de prata. Fogem à batalha, pois suas armas estão com outro e com os aluguéis já gastaram seu ouro.
O Ragnarok vem para nórdicos e gregos. O apocalipse espera pelos que anseiam adentrar uma nova esfera. Enquanto o dançarino da velha era crepita no fogo, queimando a palha e purificando seu ouro, a moeda de troca ainda continua sendo o amor. Jogado de um lado a outro, conservando seu valor, trancado a 7 chaves pelo guardião do coração. O jogo jogado inconscientemente leva a ruína do jogador que crê estar por cima. Aquele que abandonou o tabuleiro, deixou de ser o peão que se cria Rei (ou Rainha). 
No Grande Salão dos Jogos existem muitos tabuleiros. O fascínio da aposta aposta em várias formas e cada jogador é atraído pela que lhe convém. Corresponde ao seu opoente e paga na mesma moeda, seja olho por olho ou dente por dente.
No toma lá da cá das emoções o sofrimento é garantido, tanto ao vencedor quanto ao perdedor, pois a Lei sempre presente e o Tempo, clarividente, dá a todos a porção justa pelas obras praticadas na mente.
Ao final da grande tribulação, moedas já não servirão. A Graça manifestada é plena e completa, pois cada jogo dentro do jogo é um espelho aparente que difunde a Luz, confundindo os arcontes que acreditam controlar os baralhos da mente.
Há redenção para todos. Essa é a Glória do porvir. Aquele que se deixou morrer, desistiu de seu oponente, ao transformá-lo em irmão de criação da Graça do Onipotente.

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