Quando estiquei meus galhos ao encontro do Sol
E pela copa subi devagar
Desabrochando em verdes ares
O que da flora pude contar
Era meu velho índio amigo
Quer seja ele ou eu
Ou o que o Espírito me deu
Na natureza não adianta buscar sentido
Nem tentar entender agora o que digo
Pois vem da floresta o caminho que sigo
E por dentre as matas sagradas
Onde os brancos reluzem espadas
Orgulhosos do sangue que escorrem
Brota-me o decreto de um credo
Que agora venho dizer e afirmar
Onde quer que exista Terra, água ou ar
O fogo sagrado vem animar
Tudo que existe e sempre existiu
É expressão natural do Amar
Seja árvore, índio, branco ou estelar
Na floresta se encerra o mistério do Império
Que a todos convoca
Me reúno com o Uno
No meio de uma Oca
Sou branco, índio, árvore e o mar
Sou a Terra, o Sol, a Lua e as Estrelas
Sou o que vejo e o que percebo
E ainda aquilo que não concebo
A Eternidade num momento
E nos limites do Tempo, sem medo
Expandindo pra dentro e pra fora
Respirando o ar que revigora
Sou o orvalho que a noite chora
E também sou o alvorecer de uma nova Aurora!
No meio do mato
No fundo do mar
Tudo ao Pai retorna o Ato
Pois Tudo a Todos Ele dá!
A quem se destina a seguir seus caminhos
E a todos seres resolve por amar.
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