domingo, 30 de setembro de 2012

O Sábio

Vi um homem que não sabia
O que os sabiás sabiam falar
Era um sábio do mundo
Era um sábio mudo
E surdo
E cego....

Deficiente da alma, sem passado, sem presente
Projetava seu o futuro
Via de longe a vida de cima do seu muro

E a vida passou
Acenou
Disse adeus
Sem "Até logo"

Era um pássaro
Voava baixo
Tinha em seus pés algo como uma corrente
Cansado, protelava contra o peso em sua mente
Um dia, quem sabe, será finalmente uma ave...

E o sábio, de nada sabia
Só via, com os olhos sem alma
Do pássaro, guarda a pena
Escreve esse poema
Usa tinta manchada de sorte
Que fora achada à sombra da morte

E o sábio, dizia o sabiá,
Não vivia, morria...


Enquanto escrevia.





Prazer, sábio.

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