Não me peça pra entender. Não me peça pra escolher. Não use o nome de Deus para me confortar, se é de um abraço quente no coração que eu preciso e quem era para oferecê-lo não está mais aqui. Não é pra ser entendido nem explicado. A única coisa a se fazer é aceitar que não somos donos de nada e não controlamos o barco da vida. Estamos todos tentando sobreviver ao naufrágio da alma. Quando naufragamos nessa terra, foi nos dado a força de vontade de viver, apenas. Sabemos que nenhuma de nós sairá diferente. E isso nos conforta, porque também sabemos que, algum dia, de alguma forma, estaremos todos juntos, celebrando a vida em outro plano.
Por isso, não use o nome dEle. Seja Ele para mim, é o que peço. A solidão que alcança todos os cantos da minha alma só pode ser preenchida com a luz que emana de cada um. O buraco não vai fechar, mas talvez, seja possível construir uma ponte por cima dele, uma ponte de memória, que servira para guiar os meus passos daqui pra frente.
Obrigado a todos que deram suas vidas, para que pudéssemos encontrar a nossa.
Petrópolis, 19 de março de 2013.
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