quinta-feira, 14 de março de 2013

Tem dias...

Sabe aquela sensação de tristeza sem motivo que surge do nada? Tem dias que ela aparece maior, mais forte e, logo depois, vai embora, se esconde. Mas há outros, em que ela parece ter sumido, aí basta uma centelha que ela volta! Alguns podem até negar sua existência, mas eu tenho quase certeza de que todos a conhecem,só não sabem explicá-la.
Fato é, que ela nos força a ser humanos. Ela nos tira do pedestal da arrogância de achar que somos donos de alguma coisa, que comandamos nossa vida como bem quisermos. É graças a ela,  que ainda não ultrapassamos a linha divisória, que ainda não nos tornamos super-humanos.  Mas também é graças a ela, que somos passível de salvação. Ela nos coloca de frente para o espelho da alma. E nos vemos, nus e crus, como viemos ao mundo.
Mas tem dias que não queremos saber dela e, com o passar do tempo, até aprendemos a controlá-la. Sabe o que acontece? Deixamos de ser humanos. Matamos a sensibilidade à dor do próximo, porque não mais sentimos a nossa. Isso é perigoso. Dizem que quem consegue fazer isso, vende a alma ao diabo, mesmo que não saiba.
Tem dias que eu a sinto, aqui dentro, e dói. Não sei discernir a causa de seu aparecimento, mas a sinto. Acho que se fosse buscar em toda profundidade da minha alma, descobriria que ela nasceu junto comigo, agarrada ao meu tornozelo, como um Jacó invejoso da minha alegria. Ela não deve ser morta, mas também não deve ser a dona de mim. Só rezo pra que me seja dada a graça de acordar feliz amanhã.


Tem dias que a gente acorda tão bem...

Mas hoje não é esse dia.

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