- Ele mora no ar condicionado 27 - disse o porteiro.
É que naqueles tempos, depois da crise mundial, os apartamentos eram definidos pelo número de seu ar condicionado, acessório essencial em um planeta que beirava os 60º C em dias quentes.
- Obrigado! - agradeci, mostrando um sorriso amigável, o que fez com que o porteiro esboçasse uma espécie de amigável reciprocidade a muito tempo esquecida.
Subi. A sala do ar condicionado 27 ficava a uns 7 lances de escada. Bati na porta, com o suor escorrendo por todos os poros do corpo. O tempo estava ameno em relação aos outros dias mas, mesmo assim, meu corpo ainda não se habituara ao calor excessivo daquela época.
- Quem é você? - perguntou o experimento 1 ao abrir a porta, com a rispidez típica dos humanos pós-guerra.
É verdade. Ele não me esperava. Como poderia? Minha missão era suicida, mas era exatamente por ser assim, que iria funcionar. John era seu nome. O primeiro de muitos que seguiriam a ideia. Alguns rejeitaram, outros, traíram. Mas de qualquer forma, se somente UM mantivesse a ideia dentro de si conservada, a coisa iria dar certo.
É verdade. Ele não me esperava. Como poderia? Minha missão era suicida, mas era exatamente por ser assim, que iria funcionar. John era seu nome. O primeiro de muitos que seguiriam a ideia. Alguns rejeitaram, outros, traíram. Mas de qualquer forma, se somente UM mantivesse a ideia dentro de si conservada, a coisa iria dar certo.
Já não sei quantos anos passaram desde a minha visita aquele povo triste. Fato é, que apesar das muitas tentativas de apagar a minha missão, a ideia se manteve intacta, ela ganhara vida própria com a morte de seus precursores. Se no final vai dar certo? Espero que sim. Quem sabe eu volte para lhes lembrar outra vez, como tantas vezes eu o fiz. Apesar de tudo, eu amo esses humanos.
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