Quando as cortinas se fecham
E tudo vem à tona
É a solidão
Que sempre causa vergonha
E o segredo que as aves escondem
Ninguém sabe
Que é por trás de toda pena
Existe uma vaidade
Quando se acaba o espetáculo
E abaixam-se a lona
O palhaço se deita no chão
E com tristeza sonha
E o segredo do escritor
Ninguém sabe
Que é por trás de toda expressão
Existe uma verdade
No velório há alegria que entristece
Lágrimas, risos e choro
O defunto faz do sopro de vida a sua prece
E anjos e demônios cantam em coro
Nas cabeceira da cama, histórias malditas
De um dragão e seu ouro
E lembrem-se da verdade que um dia foi dita
Onde guardares o coração, ali está teu tesouro.
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