Acordo todo dia e vejo morte na cara duzamigo
É que ninguém aguenta mais olhar pro próprio umbigo
Desespero da alma traz jazigo
E na casa das prima ninguém me deu ouvido
Quando disse que o pão que o diabo amassou foi produzido
Com farinha de coca adulterada e pó de vidro.
Qualquer coisa faz papel de acusador
Qualquer coisa pode aliviar essa dor
Mas o preço da anestesia sempre se paga com ardor
E nessa situação onde está o amor?
Silenciado num quarto escuro, psicodélico
Enquanto os que têm o poder bélico
Vendem balas como remédios
Mas não se esqueça
Que o valor financiado cobra juros
E não adianta ficar em cima dos muros
Se a consciência traz luz até aos burros
Se é planta, se é natural aí pode
E nessa festa cega celebramos com um ode
À todos os que morrem, pra que eu possa carregar o meu bode
A hipocrisia está em tudo, está em todos
Num fode
terça-feira, 30 de setembro de 2014
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Abstrato
Palavras são amórficas ao ar.
Mas têm formas na boca de quem fala e no ouvido de quem ouve.
O amor, amórfico em tantos lugares, encontrou um meio de se manifestar.
Tomou forma no coração desse que fala, reluziu em cores nos olhos desse que vê.
Tomou forma no coração desse que fala, reluziu em cores nos olhos desse que vê.
E em plenitude, se fez em você.
Covardia
Covardia, meu senhor, é pintar-se doutor pra enganar um novo amor.
Sois covardes na medida em que vestes um ultraje, de ser quem não se é pra ludibriar os de boa fé. Vestir a máscara da expectativa alheia, é que nem canto da sereia, que prum mar de desilusões arrasta embarcações.
Ah, mas quem diria de tais amantes, que por certo, cartomantes, leem as mãos de quem recebe o afago?
Covardes mestres pedantes que transformam amor em esmola insignificante...
Deslizar na realidade
Entre o céu e a terra, há um horizonte. Entre a imensidão da atmosfera e a profundidade dos mares há uma superfície em tensão que provoca ondas e oscilações. De igual forma, entre o nascimento e a morte, há a vida. Se assim for, podemos enxergá-la, dentre tantos pontos de vista, em termos de eficiência. Vivamos parcimoniosamente, com eficiência, escolhendo as melhores embarcações disponíveis para navegarmos nos mares da realidade. Afinal de contas, o fluxo das marés coexistem numa esfera, e levam, ao mesmo tempo, à todos e à lugar nenhum.
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