Perceber-se
na condição de um ser que se esconde e não quer ser aquilo que se
é, dói.
Dói e sangra profundamente. É como uma lança que
perfura várias e várias camadas de peles artificiais e atinge um
ponto nervoso que há muito tempo não era sentido. Me botaram um
apelido: Rebelde. O ego, querendo tudo para si, gostou da definição
e inventou um pseudo-significado, escondendo novamente, sua
verdadeira face.
Fugi
por muito tempo e, mesmo tomando o expansor a quase 1 ano, não tinha
percebido ainda certos padrões mentais que me aprisionam e me mantém
na estagnação. Gostaria de sair por aí gritando: Me perdoem! Me
perdoem! Me perdoem!
Pequei
contra os céus, contra meus irmãos e contra mim mesmo. Não sou
digno de redenção. Foram tantos os meus pecados que fora construída
uma muralha com os destroços que causaram. Muralha essa que me
impedia de olhar para dentro de mim e me arrepender. Como manter a
compostura diante de tal percepção? A vontade era sair rastejando
suplicando e chorando, implorando pelo perdão…
Oh, Mestre! Tenha piedade deste filho rebelde que nunca quis ouvir seus conselhos! Preferiu seguir o caminho do dragão destruidor ao invés de navegar nas águas claras e mansas de sua voz!
Oh, Mestre! Tenha piedade deste filho rebelde que nunca quis ouvir seus conselhos! Preferiu seguir o caminho do dragão destruidor ao invés de navegar nas águas claras e mansas de sua voz!
Humilhado
e envergonhado me achego aos seus pés, na condição de um pedinte
de algo que nunca serei digno de obter. Misericórdia!
Ensina-me,
Mestre, por tua graça, a ouvir o vento suave que vem de ti! Acalma o
dragão que há em mim, lança no mar do esquecimento este passado
que me atormenta!
Dê-me
forças para seguir neste caminho, pois por minhas próprias forças
não posso caminhar.
Não
me deixe esmorecer e nunca mais esquecer dos ensinos que Tu me dá.
Mantém uma sentinela em meus pensamentos! Quebrantado e dilacerado
me sinto diante de tua graça! Teu poder excede o entendimento, pois
a tua ciência é o verdadeiro conhecimento! Busquei e busquei em
todos os lugares, e foi no teu silêncio que encontrei a chave que
sempre precisei.
Senhor!
Fazei-me instrumento de vossa paz!
Onde
houver ódio que eu leve o amor,
Onde
houver ofensa que eu leve o perdão,
Onde
houver discórdia que eu leve a união,
Onde
houver dúvidas que eu leve a fé,
Onde houver erro, que leve a verdade,
Onde
houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde
houver tristeza, que leve alegria,
Onde
houver trevas, que leve a luz.
Oh
Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado,
Compreender
que ser compreendido,
Amar
que se amado,
Pois
é dando que se recebe
É
perdoando que se é perdoado
E é
morrendo que se vive
Para
a vida eterna.
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