quinta-feira, 2 de março de 2017

Considerações sobre um ego rebelde

Perceber-se na condição de um ser que se esconde e não quer ser aquilo que se é, dói.
Dói e sangra profundamente. É como uma lança que perfura várias e várias camadas de peles artificiais e atinge um ponto nervoso que há muito tempo não era sentido. Me botaram um apelido: Rebelde. O ego, querendo tudo para si, gostou da definição e inventou um pseudo-significado, escondendo novamente, sua verdadeira face.
Fugi por muito tempo e, mesmo tomando o expansor a quase 1 ano, não tinha percebido ainda certos padrões mentais que me aprisionam e me mantém na estagnação. Gostaria de sair por aí gritando: Me perdoem! Me perdoem! Me perdoem!
Pequei contra os céus, contra meus irmãos e contra mim mesmo. Não sou digno de redenção. Foram tantos os meus pecados que fora construída uma muralha com os destroços que causaram. Muralha essa que me impedia de olhar para dentro de mim e me arrepender. Como manter a compostura diante de tal percepção? A vontade era sair rastejando suplicando e chorando, implorando pelo perdão…
Oh, Mestre! Tenha piedade deste filho rebelde que nunca quis ouvir seus conselhos! Preferiu seguir o caminho do dragão destruidor ao invés de navegar nas águas claras e mansas de sua voz!
Humilhado e envergonhado me achego aos seus pés, na condição de um pedinte de algo que nunca serei digno de obter. Misericórdia!
Ensina-me, Mestre, por tua graça, a ouvir o vento suave que vem de ti! Acalma o dragão que há em mim, lança no mar do esquecimento este passado que me atormenta!
Dê-me forças para seguir neste caminho, pois por minhas próprias forças não posso caminhar.
Não me deixe esmorecer e nunca mais esquecer dos ensinos que Tu me dá. Mantém uma sentinela em meus pensamentos! Quebrantado e dilacerado me sinto diante de tua graça! Teu poder excede o entendimento, pois a tua ciência é o verdadeiro conhecimento! Busquei e busquei em todos os lugares, e foi no teu silêncio que encontrei a chave que sempre precisei.
Senhor! Fazei-me instrumento de vossa paz!
Onde houver ódio que eu leve o amor,
Onde houver ofensa que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia que eu leve a união,
Onde houver dúvidas que eu leve a fé,
Onde houver erro, que leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que leve alegria,
Onde houver trevas, que leve a luz.
Oh Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado,
Compreender que ser compreendido,
Amar que se amado,
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive

Para a vida eterna.

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