Claro, tudo isso para si mesmo. Sua potestade via-no sempre com maus olhos, chamava-o mentiroso, monstruoso, castigava-lhe com a maior das balanças impossíveis. Ninguém soube dizer se cumpriu sua missão, pois grande era o seu trabalho e de difícil compreensão. Após sua passagem, sua alma, dividida em medidas igualitárias se espalhou pelo mundo, dando a cada um de seus inimigos a justa porção a quem lhes cabia.
De tanto ofendê-lo, tive minha recompensa: sua potestade, que agora, redimida pela sua morte, se apresenta a mim como justiça. Esse era seu trabalho, inconcluso em seu tempo de vida, pois que o próprio tempo, interpretado pela mente humana, é fruto da injustiça. Agora, olhando de cima, vejo-o com as duas mãos estendidas por sobre a humanidade, dando a todos, os da esquerda e os da direita, porções iguais de seu próprio sangue. Conquistara a Balança, por ter pagado o Justo preço por ela. E eu, que de baixo me olho, engano-me constantemente, por sobre a potestade que me foi dada, e desvio-me daquilo que devo pagar. Tolice, o Tempo há de voltar e cobrar, vez ou outra, aquilo que quis manter para mim mesmo.
Lembrai-me, Justus, do Ego que recebi, da túnica de glória que esqueci, ao deixar as mansões de Luz.
Tua Justiça é misericórdia e Teu castigo é Amor, pois até o Tempo, esse Juiz, a Ti está a servir.
Lembrai-me, Justus, do Ego que recebi, da túnica de glória que esqueci, ao deixar as mansões de Luz.
Tua Justiça é misericórdia e Teu castigo é Amor, pois até o Tempo, esse Juiz, a Ti está a servir.
Kaô Kabiecilê
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