quarta-feira, 3 de maio de 2017

Procura-se emprego

Procura-se emprego
E o apego, esse que deixou
Foi embora e não voltou
Paga-se o preço
Com juros
Cobrado ás juras
De um amor que findou

O juramento sacralizado ás figas
Mascarou quem golpeou
Mas também colocou em evidência
O colóquio da cloaca que excrementa a mistura de um intestino sub-desenvolvido
Mamífero-reptiliano
Suga o sangue dos que procuram emprego - subnutrido

Há de ser ouvido?
O choro do índio sem mão
Ou a fome do menino sem pão
Enquanto os santos rezam
E prezam o que vão levar pro caixão?
As preces-spam que lotam a caixa de entrada dos deuses?

Deleuzes
Pós-modernos
Moldando as ideias dos que escrevem pseudo-poesias
É tanta patifaria
Que não acredito nas palavras que vomito
É a egrégora do pito
Que amortece o sentido
Do coração que luta em vão
A luta dos novos deuses encarnados
Enterrados em sepulcros caiados

Como vive quem nasce morto?
E como morre quem nunca foi vivo?
É na sombra do mito
Que se encontra redenção
Fora do tempo
E do espaço
Fica aqui minha oração
Meu Pai e Minha Mãe

Perdão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário