quinta-feira, 18 de maio de 2017

Relato onírico I

Fogo que queima sem arder, gera vida ao morrer, voa quando cria raízes e é o réu quando se pretende juiz.
A impermanência de sua subsistência é a essência da transmutação.
Em 70 dias compreendereis o segredo dessa missão. Prepare dois sacos vazios - tu e teu irmão - pois serão preenchidos com a sabedoria do fogo.
Purifica teu coração para receber as Bênçãos da harmonia, amor, verdade e justiça.

Acordo de uma revelação. Estou dentro de outra camada que se destrincha recordando o que abara de se passar. O elemental do fogo deixou sua marca e impressão digital, queimou a sarça sem consumí-la. Sagrado. A serpente aos poucos aprende a criar asas. O treinamento é longo e doloroso, revisita um passado desgostoso e carrega em si o sabor de sua própria cauda. Permita-se o teu silêncio e acalme vossa ansiedade - com o peso da idade, vem a liberdade da compreensão.
Uma mente mais coesa e harmônica é um parque de diversões da essência de uma criança. Uma mente indisciplinada se assemelha a um show de horrores: não é coisa para crianças.
Encontrareis a doçura e o mel das abelhas quando souberes recuperar o néctar de sua flor de ouro, roubado pelas más obras de suas mãos metafísicas.
Revisitas o que o mal causou. Confiai no fogo, cauterizador.

Afinal, tudo são cinzas.


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