quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cabo de guerra

Me sinto pressionado. As forças que atuam em minha mente partem de dois lados distintos, duas retas paralelas que parecem nunca se encontrar, nem no infinito. Essas retas estão uma para um lado, outra para o outro e se entrelaçam, partindo sempre de um mesmo ponto. Me sinto divido, minha alma ora está para a direita, ora está para a esquerda.
De um lado, me dizem que tudo é real, que tudo o que ocorre nessa terra tem uma mão manipuladora por trás e nada foge ao seu controle. Do outro, me dizem que tudo é fruto da minha mente, eu invento esse "manipulador", "arquiteto", "Deus". Quem está certo? Pra que lado devo pender? Sei que não é possível agradar a dois senhores, hei de agradar um e desprezar outro. Como escolher?
Mostrem-me seus argumentos! Convençam-me! Quem está certo? A chamada Razão, ou sua irmã desprezada nos dias de hoje, Fé?
Melhor! Mostrem-me seus frutos! Só assim poderei conhecer de que tipo de Árvore provéns. Sois, os seus frutos, bons ou maus? Mostre-me, Oh História! A quem devo obedecer? Minha própria mente, ou meus olhos? Se meu coração é enganoso e eu próprio não consigo ver as coisas como realmente são, como posso confiar em minha Razão? Por outro lado, sei que tentam me manipular de todas as formas e os que se dizem Santos, nunca demonstraram com frutos, sua suposta Fé.
É essa dúvida, esse eterno pêndulo que me sufoca. Quero me libertar desse cabo de guerra. Não é possível que eu seja obrigado a escolher um dos lados. Nenhum demonstra aquilo que prega! Nenhum tem bons frutos! São figueiras infrutíferas, todos.
A quem devo me dirigir? A mim mesmo ou a Deus? Como sair desse conflito? Já não me cabem argumentos, já ouvi praticamente todos, de todos os lados. Nunca nenhum me convenceu.
Só há um modo de escapar: aceitando ambos os lados! Globalizar os conceitos. Só enxergando essas duas irmãs: Fé e Razão andando de mãos dadas, encontro minha solução. Tudo é real, e tudo está na minha mente. Deus existe, e o que penso acerca dele também, mesmo não sendo realidade. Quem me entende? Escrevo para o nada. Apenas desejo me libertar.
Se essa é a proposta do Evangelho, então, que seja! Ensina-me a aceitar as coisas como elas são e a entender que tudo o que eu vi, não é tudo o que preciso aprender!
Tudo existe, mas não é pelo fato de existir, que não posso dar a existência a MINHA leitura, de acordo com a minha mente.
E se ambos acontecem? Encontro a paz de espírito que tanto almejo. A PAZ.


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