quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

De chaves e Crescimento

É engraçado como a nossa perspectiva das coisas mudam com o passar dos anos. Ontem voltando pra casa, lembrei-me de algo que sempre pensava quando criança. Já tinha me esquecido desse tipo de coisa mas, de súbito, sofia resolveu me lembrar. 
Foi na hora de abrir o portão de casa. No mesmo dia, mais cedo, pude fazer uma cópia da chave da minha sala do laboratório; acho que esse fato não passou desapercebido à sofia, por isso, resolver me presentear com lembranças do passado. E era exatamente sobre isso: poder ter sua própria chave!
Quando era criança- lá pelo meu sexto ano de vida - eu olhava para meus pais e pessoas mais velhas abrindo portas e pensava: "vou amar o dia em que poderei ter minha própria chave!" ou ainda: "Poderei ter o controle da minha casa, poderei entrar a qualquer hora que quiser e não dependerei de alguém para fazer isso pra mim!". Voltando ao passado pude perceber coisas intrigantes. Creio não ser a única criança que pensa esse tipo de coisa, até porque, crianças adoram brincar com o molho de chaves dos pais.Era bem válido meu pensamento, era uma anseio pelo poder, pelo controle. E uma chave não é nada mais que isso: o controle de algo que lhe é caro: uma casa, um carro, um baú de tesouros, um diário...
Eu pensava apenas em poder abrir as coisas, mas me esquecia de seu correspondente não menos importante: fechar as coisas. Ter uma chave em mãos não significa apenas que se tem o poder de abrir, mas também, a responsabilidade de fechar. Ao almejar algo novo, seja um cargo na empresa, uma posição no governo, uma namorada, uma casa ou uma chave, sempre pensamos apenas em conseguir, em ter o poder sobre essas coisas, em abrir possibilidades, mas nos esquecemos que devemos aprender a fechar também. É a famosa frase de Tio Ben: "Grandes poderes, carregam grandes responsabilidades". Insistimos em dar uma de homem-aranha - que por coincidência, não costuma usar chaves - e sempre pagamos o preço: um ladrão invade nossa casa, a corrupção invade nosso cargo, a falta de amor invade nosso companheiro(a) ou um pirata saqueia nosso tesouro.
Acho que essa é uma das muitas coisas que nos separam da infantilidade da maturidade: Poder abrir, mas saber também fechar. Pois onde está nosso tesouro, aí também está nosso coração. Portanto, devemos ter o cuidado com o poder que uma chave carrega.

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