domingo, 28 de outubro de 2012

Como os nossos pais

Incorporo Elis. Ontem ouvi uma de suas canções: me apaixonei. Encontrei expresso em melodia, o meu nó na garganta. Nó que me serve quase que como uma gravata (sem nó). Só pelo refrão da música, dá pra se sentir sua profundidade, sua beleza em jogar na nossa cara, talvez não o maior, mas o mais camuflado erro da humanidade. o erro da Tradição.
Segue o dito refrão:

"Minha dor é perceber que, apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais."

Não apenas sua dor, Elis, compartilham eu e tantos outros que carregam um espírito livre.
Nossa dor é essa. É perceber que todo o mal que assombra essa terra, todo preconceito, toda corrupção, toda falta de caráter, toda moral religiosa, toda intolerância, todo genocídio, todo presídio, TUDO nos foi ensinados por nossos pais. Presamos por continuar nesse ciclo "infinito", presamos em elevar ao mais alto pedestal os ensinamentos passados em casa, NOSSA casa. "O MEU ensinamento é melhor que o SEU!" E assim, matamo-nos. Por que não saímos disso? Depois de tantos milênios, tantos! Os deuses são os mesmos, apesar das aparências (essas não me enganam).
Dói demais, ver que quem botou em mim a ideia do espírito livre - perceba a ironia: me passaram tanto a beleza da liberdade, quanto a abrir mão dela para ser feliz! - está em casa, deitado pensando no que vai ganhar amanhã...
Choro. Choro pela humanidade, choro pelos meus pais, choro pelos amigos. Minhas lágrimas escorrem refletindo o que minh'alma grita: Liberdade!

Peço-lhe, qualquer um que leia o que escrevo: Liberte-se!

Não dá pra continuar a ser o mesmo, de sempre, e sempre, e sempre...
Anseio pelo novo, pela novidade de vida, pela Boa Nova!

Não se engane: o novo sempre vem!

Elis, obrigado por me expressar.

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