(Quando digo poesia, digo toda a arte da escrita;
Quando digo escrita, digo toda arte da vida)
Na simplicidade de um poema
Ou no enredo da prosa
Nos traços de uma pintura
Nas semínimas de uma sinfonia
Nos quadros de um filme mudo...
A alma do artista pulsa
E sua mente e espírito gritam
Um grito seco e mudo
Desesperado e surdo.
Junto a esses desesperados, eu me encontro.
Não julgo-me poeta ou escritor,
Mas compartilho da mesma dor
E Sofia, que tanto me ensina, deixa escorrer lágrimas de sufoco
Mas o que é que tanto sofremos?
Digo-lhe: A limitação da comunicação.
Meu grito, é de parto
Mas o filho, defeituoso.
Quem tem ouvidos ouça
Quem tem mente, pense!
Nossa desgraça, a ironia universal da comunicação, é o fato de não podermos transmitir tudo o que queremos. Deixaria meu cérebro como patrimônio da humanidade, se fosse possível extrair dele alguma informação da alma. Mas tenho que me contentar com esse blog.
Meu desejo, era poder dizer o que penso, mas ao dizer, reduzo o próprio pensamento às palavras escolhidas para expressá-lo.
Toda escolha é dupla. Não existe escolhas únicas. Ao escolher "cara" escolho ao mesmo tempo "coroa" em uma matriz inversamente proporcional.
Ao escolher palavras, tons, cores, enredos, histórias, ou qualquer outra coisa pra me expressar, escolho ao mesmo tempo todas as outras coisas para não me expressar.
Essa é a grande ironia da poesia. Ao poetizar, expresso a beleza da vida ao mesmo tempo que a reduzo.
Ah, ironia...
Não é a toa que Deus é irônico.
Felizmente.
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