sábado, 19 de março de 2011

Passarinho

Passarinhos avoam,
Constroem ninhos,
Na poça d'agua bebericam,
Dão rasantes bem baixinhos

Um desses pardais
Um dia me disse
Que mesmo voando
Querem sempre mais

Por causa de seus bicos
Não lhes é permitido beijar
E com isso, não conseguem se amar

Ora, disse eu,
Só humanos fazem isso
Assim, com tal paixão

E o passarinho me invejou
Pois queria beijar sua amada
Sem precisar fazer mais nada

Mas logo a inveja acabou
Porque nem mesmo amada tenho
E quem passou a invejar foi eu

Aquele pequeno ser
Que pode voar pra onde quiser

Um beijo? Um desejo? Um lampeijo?
Luxos humanos...

O amor não é preso a esse tipo de coisa
E o passarinho então entendeu
Que o mais importante ele já tinha
O Amor, da sua querida passarinha!


Já dizia Mário Quintana:
Deixe em paz os passarinhos! 

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