domingo, 24 de abril de 2011

Ovo de páscoa

A cada ano que passa
A cada feriado prolongado
A cada ceia que se reparta
A cada culto prestado

Os preços sobem
O chocolate derrete
O sabrifício relembra
Mas logo se esquece

Que dinheiro não paga
Que tudo foi de graça
Que o pão é símbolo
Do corpo e da desgraça:

Um menino entra em minha casa
Cansado de caminhar
Logo dorme em meu colo
Com cantigas de ninar

Como serás mestre este sonho teu?
Sonhas como homem ou sonhas como Deus?
Sonhas com a glória que tinhas na luz?
Ou sonhas com a cruz?

Olho pra ele e me bate um pesar
Saber que aquele menino
Inocente criatura
Nesse dia vai penar

Acorda como homem crescido
Suando frio e esquecido
Pois sabe que o dia chegou
O meu dia chegou
E é responsável por isso

Vai adiante
Mancando devagar
Suando sangue
Que está por derramar

Três dias depois me reaparece
E contente fico por ver meu Mestre
Pergunto: "Não tinhas morrido?"
Vendo que realmente tinha sofrido

Ele simplesmente sorri
Mostra-me todos os dentes
E na mão uma cestinha
Vem me trazendo um presente

É um ovo, um ovo que chamo de páscoa
Fez com suas próprias mãos
É gostoso, saboroso
Que é repartido a todos os sãos

Percebo então, que é seu próprio corpo
Que precisou-se quebrar
A carne do meu Querido Mestre
Para a doçura emanar

A Vida cheia de dor
A Morte experimentou
Para que eu provasse
A doçura do seu Amor!

Um comentário: